Manual De Esterilização

Manual De Esterilização

PRÉ DESINFECÇÃO

Confira o Manual de Esterilização da Prata Odontologia, para este processo o profissional responsável deve estar devidamente equipado com os artigos de proteção (luvas, máscaras, óculos, gorros, aventais, botas, etc). Deve-se também utilizar soluções químicas desinfetantes que são ativas em contato com matéria orgânica. Evite misturar soluções diferentes e jamais utilizar hipoclorito de sódio em artigos metálicos. Após a pré-desinfecção que pode durar de 10 a 30 minutos (dependendo da solução utilizada), é realizada a lavagem das peças, que pode ser manual ou com equipamento apropriado.

LIMPEZA

A água representa o item mais importante em todo o processo, em razão da variedade de tratamento que recebe e que difere de um município para outro. A água utilizada normalmente acaba recebendo uma grande concentração de cloreto de sódio, pela ação do íon cloro, o aço inoxidável tem sua resistência à corrosão diminuída, podendo aparecer “pontos de corrosão” e fissuras nas áreas de tensão, ocasionando a quebra do instrumento. Ainda nesta mesma água há presença de íons de metais pesados como ferro, cobre, maganês, etc., que “grudam” no instrumento provocando o aparecimento de manchas coloridas, marrons, azuladas ou com as cores do arco-íris. Apesar de se tratar de uma alteração superficial não pode ser considerado de imediato um “processo de corrosão”. A única maneira de evitar esses problemas seria utilizar água deionizada, desmineralizada ou destilada.

PRÉ LAVAGEM

O banho em água aquecida durante 15 minutos deve ser iniciado o mais rápido possível. Assim que forem desinfetados devem ser submetidos em água quente (quanto maior a demora mais dificuldade se terá para remover os resíduos fixados aos instrumentos).

A temperatura da água para esta imersão deve estar entre 40º e 45º C. Se a temperatura estiver acima acabará causando a coagulação de proteínas contidas no sangue e nos resíduos tissulares e estes se fixarão no instrumento dificultando a remoção.

LAVAGEM

Independente dos instrumentos serem novos ou usados deve-se lavá-los antes de serem esterilizados, como segue abaixo:

1º Preparação
Separar os instrumentos mais delicados visando sua preservação ao colocá-los na cuba de lavagem nunca misturá-los com instrumentos mais pesados. Manusear poucos instrumentos de cada vez, não manusear uma quantidade de instrumentos de uma só vez, além de precisarem de uma manipulação delicada deve-se separá-los em quantidades pequenas, principalmente ao serem colocados na cuba de lavagem, lembrando que os instrumentos que estão embaixo não devem ser pressionados com o peso dos que estão em cima. Abrir todos os instrumentos articulados tais como tesouras, pinças, porta agulhas, etc., estes devem ser colocados em posição aberta com exceção aos instrumentos atraumáticos cujo delicado denteado requer maior cuidado. Os instrumentos maiores (ex: afastadores, etc.) e os desmontáveis devem ser tratados separadamente e totalmente desmontados.

2º Lavagem Manual
Este é o processo mais usado na limpeza dos instrumentos e alguns pontos merecem mais atenção. Escovamento – escovar peça por peça sob água morna com uma escova de cerdas de nylon usando sabão neutro ou detergente. O movimento de escovamento das partes serrilhadas deve seguir a linha das serrilhas. Nunca utilizar produtos de limpeza abrasivos (ex: palhas ou esponjas de aço), pois além de marcar e ocasionar microfissuras, favorecerão o aparecimento de corrosão. Detergentes – Durante o processo de escovamento o ideal seria usar sabão neutro ou solução detergente cujo pH seja neutro. Existem também os desincrostantes, que são detergentes mais concentrados e que freqüentemente atacam os metais provocando oxidação. No caso destas soluções que contém alto teor de cloreto resulta-se em uma estrutura molecular radical orgânica, ligada ao íon cloro, mesmo assim, estes produtos desincrostantes são muitas vezes necessários e para minimizar um pouco o seu efeito sobre o instrumental, as instruções abaixo devem ser seguidas à risca:

1 A água deve ser morna, desmineralizada ou destilada;
2 Sempre imergir por completo os instrumentos somente após o adequado preparo da solução;
3 Não ultrapassar o tempo desta imersão além de 15 minutos;
4 Enxaguar bem em água destilada ou desmineralizada;
5 Não se esqueça: desincrostantes não são agentes desinfetantes.

3º Lavagem por Ultra-Som
Para lavagem em cubas de ultra-som, os instrumentos devem ser colocados em posição aberta em uma solução com temperatura mínima de 40º C, abaixo desta temperatura o efeito da lavagem diminuirá enquanto que em temperaturas mais elevadas facilitarão a volatização dos agentes de limpeza favorecendo a ação limpadora do ultra-som. Mesmo sob temperatura acima de 45º C não é notado a coagulação de proteínas.

Deve-se observar a concentração de resíduos na cuba que compromete a eficiência da limpeza. Os detergentes usados neste processo devem ser de pH neutro e que não espumem muito.

Ao utilizar outro equipamento (ex: lavadoras), deve-se ter cuidado ao usar substâncias que possam comprometer os instrumentos. Normalmente 3 a 5 minutos de imersão numa frequência de 35 kHz é o suficiente para limpeza. A lavagem por ultrassom não elimina a necessidade de remoção dos resíduos das partes serrilhadas e articulações por escovamento.

4º Enxaguadura
Após a completa limpeza do instrumento (seja por lavagem manual ou ultrassônica) , deve-se começar uma cuidadosa enxaguadura para retirar completamente a espuma ou qualquer indício de substância detergente.

5º Secagem
Após enxaguados os instrumentos devem ser totalmente enxugados, evitando que sequem ao “ natural “ pois neste caso os elementos orgânicos em contato com a água se agregarão ao instrumento.

A INSPEÇÃO NOS INSTRUMENTOS

Antes da esterilização e após a limpeza o instrumento deve ser minuciosamente examinado, peça por peça. Nesta observação deve-se verificar a ausência de qualquer vestígio de resíduos orgânicos ou de outro tipo.

Se houverem instrumentos deteriorados ou que estão apresentando pontos de corrosão, estes devem ser separados para evitar o contato com os outros instrumentos e consequentemente sua contaminação.

LUBRIFICAÇÃO

Os instrumentos articulados como pinças, tesouras e alguns afastadores exigem lubrificação periódica para se manterem conservados. A lubrificação periódica nos instrumentos ajuda a evitar o endurecimento das articulações, além de servir como elemento de proteção contra o desgaste causado pelo atrito. Normalmente utiliza-se o silicone líquido com adição de substâncias fungicidas / bactericidas mas também existem lubrificantes hidrossolúveis (ou emulsões) que são mais indicados para instrumentos cirúrgicos. Os lubrificantes oleosos e a vaselina líquida não são recomendados pois formam uma fina camada na superfície transformando-se em uma barreira protetora para microorganismos.

MANUTENÇÃO

Os instrumentos que necessitem de manutenção ou reparos, devem ser submetidos a manutenção pelo fabricante ou por uma empresa indicada por ele, pois pessoas não habilitadas poderão alterar as características do instrumento fazendo com que automaticamente se perca a responsabilidade do fabricante e consequentemente a garantia do mesmo. Não recomendamos a soldagem em instrumentos danificados por quebra devido as alterações físicas na área aquecida que compromete a têmpera e causa futuras quebras.

ESTERILIZANDO OS INSTRUMENTOS

Os métodos mais utilizados para esterilização de instrumentos cirúrgicos são a autoclave e a estufa que oferecem resultados diferentes em relação a durabilidade do instrumental. O processo de autoclave oferece maior garantia de esterilização do que a estufa, entretanto a autoclave agride muito mais o aço inox pois envolve umidade, calor, pressão e normalmente a água acaba contendo metais pesados como óxido de ferro (ferrugem) e cloro. Tudo isso provoca um fenômeno conhecido como “corrosão-tensão” que afeta especialmente as áreas mais vulneráveis do instrumento como articulações, serrilhas de partes ativas e hastes e o resultado disso é a ocorrência de micro-fissuras que evoluem para trincas e com o uso diário leva a quebra do instrumento.

Algumas medidas devem ser tomadas para minimizar a ocorrência destes problemas:

1 Manter todos os instrumentos articulados na posição aberta ao realizar esterilização em autoclave;

2 Utilizar água desmineralizada ou destilada (consulte o fabricante da autoclave pois é possível adaptar filtros no equipamento para se ter um vapor limpo no processo de esterilização);

3 Revisar sempre a autoclave e fazer uma rigorosa limpeza, removendo sujeiras e excesso de óxido de ferro (ferrugem), de preferência com técnicos treinados e autorizados pelos fabricantes. A má qualidade da água é responsável pela formação de manchas nos instrumentos!;

4 Utilizar produtos químicos nas quantidades e concentrações recomendadas;

5 Efetuar limpeza profunda nos instrumentos com água, sabão ou detergente neutro, usando uma escova com cerdas de nylon;

6 Lubrificar periodicamente os instrumentos articulados com produtos indicados para este fim.

Destacamos que a autoclavagem é um método seguro para se obter a esterilização dos instrumentos já a estufa deve ser utilizada para instrumentos cortantes. É importante nunca abrir mão da garantia de esterilização que é o fator mais importante tanto para pacientes como também para os profissionais da saúde.

AUTOCLAVE “ESTERILIZAÇÃO PELO VAPOR SATURADO SOB PRESSÃO”

Ao colocar em funcionamento uma autoclave nova verifique a presença de sinais de oxidação, de partículas metálicas ou de óleo, que no vapor podem produzir corrosão e manchas nos instrumentos. Esses problemas podem durar por um certo tempo por se tratar de um aparelho novo, neste caso, deve-se seguir as recomendações de operações do fabricante da autoclave. Deve-se freqüentemente confirmar o perfeito funcionamento da autoclave bem como a ausência de corrosão nas tubulações. O vapor utilizado na esterilização deve estar isento de qualquer impureza, isto pode ser possível através da utilização de água deionizada, desmineralizada ou destilada. O vapor limpo evita a corrosão e a formação de manchas nos instrumentos. Os instrumentos devem ser colocados em bandejas abertas envolvidas em campos de algodão cru ou em estojos apropriados para este tipo de esterilização (caixas fechadas). Os tecidos usados como embalagens dos instrumentos devem ser bem lavados e enxaguados, o mal enxágüe acaba fazendo com que os tecidos retenham resíduos de detergentes, alvejantes ou outras substâncias que foram usadas na lavagem e que pela permeabilização do tecido e a condensação do vapor no interior da bandeja acabam transferindo esses resíduos para os instrumentos. Evite abrir prematuramente a autoclave pois isso leva ao surgimento de ar frio no interior do esterilizador resultando em rápida condensação do vapor que depositará resíduos nos instrumentos chegando a manchá-los. Após a autoclave completar seu processo evitar abrí-la rapidamente, deixe todo o vapor sair para que o ciclo de secagem se complete. Evitar exceder a temperatura e o tempo recomendado. Geralmente o instrumento deve ficar em autoclave convencional durante 30 minutos a uma temperatura de 121º C, já na autoclave de alto vácuo o tempo é de 4 minutos a temperatura de 132º C. Esse tempo citado é o de exposição do instrumento ao vapor a partir do momento em que se atinge a temperatura de esterilização.

ESTUFA “ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR SECO”

Esterilização de materiais

Instrumentos que tenham partes têxteis ou de borracha não podem ser esterilizados pelo calor seco. Na estufa os instrumentos devem ser colocados em caixas metálicas fechadas com o fundo forrado de papel alumínio, tendo sua face mais brilhante voltada para cima permitindo a irradiação melhor do calor para os materiais em seu interior, sempre observando o tempo e a temperatura. A estufa deve ser aquecida antes da colocação das caixas de instrumentos e o tempo de esterilização deve ser contado a partir do instante em que o termômetro voltar a acusar a temperatura escolhida que no caso de instrumentos é de 170º C por aproximadamente 120 minutos. Nunca se deve ultrapassar essa temperatura.

RELEMBRANDO AS CAUSAS

As causas de manchas e corrosão podem ocorrer por vários fatores, tais como:

1 Contato prolongado com iodo, sangue, restos de tecidos, cloreto de sódio, biocloreto de mercúrio, espaço muito longo entre a utilização do instrumento e o início do processo de limpeza;

2 Lavagem manual ou ultra-sônica insuficiente;

3 Conteúdo químico ou minerais presentes na água;

4 Utilização de detergentes agressivos ao aço inox;

5 Permanência prolongada em soluções desincrostantes ou esterilizantes;

6 Má qualidade ao vapor da autoclave pela utilização de água comum;

7 Secagem inadequada;

8 Temperatura elevada e tempo prolongado da esterilização em estufa;

9 Esterilização simultânea de instrumentos cromados com os de aço inox;

10 Esterilização através de fervura prolongada.

RELEMBRANDO AS CAUSAS

Falaremos agora sobre os problemas mais frequentes encontrados nos instrumentos, como identifica-los e principalmente como tentar resolve-los.

MANCHAS SUPERFICIAIS

Auréolas de coloração superficial sem contorno definido lembrando as cores do arco-iris são provenientes de íons de metais pesados como ferro, manganês e cobre, alta concentração de substâncias minerais como cálcio ou substâncias orgânicas presentes na água de lavagem ou na autoclave. A solução é remover os resíduos esfregando-os com escovas ou utilizando um limpador de aço inoxidável não detergente. Para evitar essas manchas a enxaguadura e o vapor da autoclave devem ter água desmineralizada ou destilada.

Resíduos amarelos ou marrons escuros encontrados principalmente nos lugares difíceis de limpar não devem ser confundidos com oxidação (ferrugem). Aparecem devido a resíduos protéicos que já estavam incrustados no instrumento antes da lavagem e o uso repetido de detergente com água suja onde os resíduos de suspensão se agregam aos instrumentos ou ainda resíduos depositados em soluções químicas desinfetantes não renovadas. A solução é limpar sempre os depósitos ou cubas de lavagem / desinfecção. Os resíduos desaparecem quando esfregados ou limpos com agentes de limpeza neutros (não corrosivos) e se não forem eliminados após certo tempo acabam deteriorando e provocando corrosão nos instrumentos.

Coloração amarelada em todo o instrumento é causado pelo superaquecimento no processo de esterilização. A solução é verificar o funcionamento do aparelho de esterilização ou a troca do processo do mesmo.

Manchas cinza-azuladas são causadas pela utilização a frio de substâncias químicas degermantes. O problema é que algumas soluções usadas por muito tempo tornam-se corrosivas. A solução degermante deve ser trocada freqüentemente e tem que se observar o tempo recomendado pelo fabricante ou até mesmo substituí-la por outro sistema de esterilização.

CORROSÃO

Pontos de corrosão do tipo “ pitting “ são as mais freqüentes, progridem rapidamente e causam a deterioração do instrumento. São provocadas geralmente por íons halógenos que atuam na superfície do instrumento. Provém de soluções salinas, cloreto, iodo, resíduos de secreções, detergentes, desincrostantes ou soluções desinfetantes sujas. Logo após os instrumentos serem colocados em soluções halógenas deve-se imediatamente lavá-los.

Fissuras por tensões internas ou externas ( não confundir com rachaduras por esforço). As causas deste problema são utilização ou manipulação inadequadas do instrumento, tensões produzidas pelo brusco aumento ou diminuição da temperatura durante a esterilização, presença de íons de cloro na água, esterilização com a cremalheira dos instrumentos fechadas em autoclave. A solução é sempre utilizar os instrumentos somente para a função a que se destinam e mantê-los sempre abertos nos processos de lavagem e esterilização.

Corrosão nas articulações de tesouras e pinças estão relacionadas com a limpeza que pode estar sendo insuficiente em razão da dificuldade de se atingir a parte interna da articulação. A solução é imergir os instrumentos por 12 horas em solução de álcool etílico (álcool farmacêutico com graduação de 96º GL) e amônia aquosa a 24% (amoníaco farmacêutico) misturados em partes iguais. Não reutilizar a solução e sempre lubrificar os instrumentos articulados.

NORMAS DE GARANTIA

São considerados prováveis defeitos de fabricação:

1 Mau funcionamento;

2 Desalinhamento do instrumento;

3 Presença de oxidação;

4 Presença de trinca ou fissura no corpo do instrumento;

5 Presença de arestas ou rebarbas;

Não estão incluídos na garantia:

1 Trinca, fissura, quebra, oxidação, mau funcionamento/desalinhamento ou outros danos causados por uso inadequado ou uso de materiais abrasivos ( esponjas e escovas aço, etc );

2 Uso de produtos químicos em desacordo com as recomendações do fabricante;

3 Uso de produtos corrosivos ao aço ou à base de cloreto;

4 Esterilização fora dos padrões de tempo, temperatura, qualidade da água e condições de acondicionamento recomendados para instrumentos cirúrgicos;

5 Queda do instrumento;

6 Estocagem incorreta;

7 Perda de fio em instrumentos cortantes;

8 Desgaste natural por uso do instrumento.

Outros defeitos apresentados pelo instrumento deverão ser constatados pelo Departamento Técnico da PRATA PRODUTOS ODONTOLOGICOS LTDA.EPP, não havendo a constatação de problemas de fabricação, emitiremos um laudo técnico indicando a(s) causa(s) de danos ao funcionamento no instrumento. Acaba a garantia se o instrumento for modificado, montado, recuperado ou se tiver nossa marca (que vai gravada na peça) retirada por terceiros. Dentro do período de garantia os instrumentos cirúrgicos marca PRATA que comprovadamente apresentarem defeitos de fabricação serão reparados ou substituídos imediatamente. Esperamos que este manual tenha contribuído com esclarecimentos de como esterilizar e conservar melhor os instrumentos cirúrgicos. Caso tenha alguma dúvida ou necessite de esclarecimentos adicionais, envie-nos um E-mail: [email protected]